Dança e inclução: a trajetória inspiradora de Keyla Ferrari Lopes
- Katia Torres
- 1 de out. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 14 de jan.

Keyla Ferrari Lopes - Foto: Divulgação
No dia 6 de julho, o Brasil celebra a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), um marco legal que reforça os direitos das pessoas com deficiência, promovendo igualdade de oportunidades e inclusão social. Em meio a essa celebração, destacamos a inspiradora trajetória de Keyla Ferrari Lopes, professora de dança há mais de 30 anos, que utiliza a arte como ferramenta de inclusão e transformação social.
Keyla Ferrari Lopes é um exemplo vivo de como a dança pode ser um instrumento poderoso de inclusão. Ao longo de três décadas, ela tem se dedicado a projetos que integram pessoas com e sem deficiência no contexto artístico-cultural, oferecendo-lhes oportunidades para se expressarem, desenvolverem suas habilidades e se conectarem com a comunidade.
"O segredo não está apenas na possibilidade de dançar, mas na importância de promover o desenvolvimento de todos os envolvidos a partir do contato", afirma Keyla. "A afetividade e a melhoria da qualidade das relações através da arte são essenciais."
Seu trabalho é embasado por sólidas pesquisas acadêmicas sobre dança, inclusão, identidade social e diversidade corporal. Keyla é mestre, doutora e pós-doutora no tema, e suas palestras, espetáculos e workshops têm sido fundamentais para mostrar que a inclusão vai além das políticas públicas, sendo um esforço coletivo que envolve educação, cultura e sensibilidade social.
Os projetos liderados por Keyla abrangem diversas modalidades artísticas, com destaque para a dança, que se mostra uma linguagem universal capaz de romper barreiras e preconceitos. Ela trabalha com crianças com paralisia cerebral não verbal e suas mães, atua com Libras, adapta sapateado para pessoas com deficiência visual, dança em cadeira de rodas e com bailarinos com síndrome de Down, entre outras condições.
Os depoimentos de alunos e participantes de seus projetos testemunham a mudança positiva em suas vidas. Maria Aparecida Correa, a Tenca, primeira aluna de Keyla, viu de perto o crescimento da roda da inclusão. Cláudia De Luca e Aryane Masson foram as primeiras bailarinas com deficiência certificadas pela Unesco em 2015, e hoje interagem com a família no palco.

Keyla Ferrari e Cláudia De Luca / Foto Divulgação
Já Rosemary Longo encontrou na dança uma importante aliada das sessões de fisioterapia e terapia ocupacional. "Além de nos encontrarmos uma vez por semana, sempre tem apresentações em escolas, praças, no Sesc, no Teleton. E mais: as amizades, a paciência da Keyla, essa amorosidade que ela tem. Aqui, eu cresço também por conviver com pessoas com deficiências diferentes da minha", conta.
Nanci, mãe de Beatriz, uma das alunas, se emociona a cada apresentação. "Procuramos a Keyla porque a Beatriz era agitada aos 5 anos. Faz 15 anos que estamos no projeto. Muitos veem a dança com glamour; vi que é muito mais que isso. Não sabia que era tão disciplinar", revela.
O trabalho de Keyla Ferrari Lopes é um lembrete poderoso de que a inclusão é um direito e uma necessidade urgente em nossa sociedade. Através da dança, ela tem transformado vidas, rompido preconceitos e mostrado que todos, independentemente de suas condições, têm o direito de se expressar, criar e brilhar.
Em um momento em que celebramos a Lei Brasileira de Inclusão, histórias como a de Keyla nos inspiram a continuar lutando por uma sociedade mais justa, acessível e inclusiva, onde a arte e a dança possam ser ferramentas de transformação social ao alcance de todos.
Apresentação de Keyla Ferrari: Projeto “Dance com Ele”, que leva o nome do seu livro / Fotos Divulgação
Para mais informações sobre o trabalho de Keyla Ferrari Lopes, acesse:
Notícia na Unicamp: https://www.unicamp.br/unicamp/index.php/ju/noticias/2018/07/03/danca-da-vida
Vídeo sobre seu projeto no YouTube: https://youtu.be/HMyGjY38SB8?si=WSvnAQ8hUEwjTI29
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